A Polícia Civil do Maranhão identificou que Francisco Heydyne do Nascimento, conhecido como “Cearense”, é dono de um Siena e de uma Hilux, veículos usados pelos assassinos do empresário Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como ‘Pacovan’, para praticar o crime e fugir.
Pacovan foi morto a tiros no dia 14 de junho deste ano, dentro de um posto de combustível de sua propriedade, em Zé Doca, cidade a 302 km de São Luís.
Francisco Heydyne e a namorada dele, Fernanda Costa, que é ex-sócia de Pacovan, foram presos em um hotel na avenida Litorânea, em São Luís, na última quarta-feira (10), em cumprimento a um mandando de prisão temporária. Segundo a Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SSP-MA), o casal é suspeito de mandar matar Pacovan por causa de uma dívida.
A Polícia Civil chegou aos suspeitos após identificar um PIX de R$ 11 mil com o qual Francisco Heydyne comprou o carro usado pelos assassinos na hora do crime. O veículo era um Siena preto, com placas da cidade de Fortaleza, no Ceará.
Imagens de câmera de segurança mostraram que, no momento do assassinato, os autores do crime chegam no Siena (veja o vídeo abaixo). Horas depois do homicídio, o mesmo carro foi encontrado incendiado em uma estrada vicinal de Zé Doca.
As investigações também apontam que Francisco é dono de outro carro, uma Hilux, que foi usada para dar fuga aos dois atiradores, logo após o veículo Siena ser queimado.
“Teve um carro, uma Hilux preta, que foi utilizada para resgatar os executores após o crime, porque o veículo utilizado na execução ele foi queimado. No entanto, a perícia conseguiu os caracteres do veículo e foi possível identificar que não era um veículo nem clonado, nem roubado. Isso aí também foi uma informação muito importante. E a gente conseguiu também identificar o veículo que deu fuga aos executores, que também está em nome do indivíduo que foi preso”, explicou o delegado George Marques, que é superintendente da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP).
Ainda segundo a Polícia Civil do Maranhão, há provas de que Fernanda e o namorado sejam mentores da morte de Pacovan. Segundo as investigações, Fernanda devia dinheiro ao ex-chefe, sendo que Pacovan estaria cobrando dela o pagamento de valores desviados de uma de suas empresas.
“Não vai passar nada sem averiguar, só que no momento a gente foca na identificação dos autores, na questão da motivação desse crime, para que a gente feche a nossa investigação e possa encaminhar para o poder judiciário, possa ocorrer normalmente o processo penal”, destacou o delegado-geral da PC-MA, Manoel Almeida Neto.
O empresário Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como “Pacovan”, foi assassinado a tiros no último dia 14 de junho, em Zé Doca. O motorista dele também foi baleado durante a ação criminosa.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o momento em que o empresário foi baleado (Veja o vídeo acima). Em um veículo Siena preto, dois homens chegam ao local, em um posto de combustível que pertencia ao empresário.
Em seguida, os criminosos descem do carro e um deles, atira diversas vezes contra Josival Cavalcanti que estava de costas, dentro da conveniência do posto. Logo em seguida, o empresário cai no chão, os dois criminosos entram no veículo e fogem do local.
Durante a ação, o motorista de Josival Cavalcanti também foi baleado. Após o crime, ambos chegaram a ser levados ao Hospital Regional de Zé Doca, mas o empresário não resistiu aos ferimentos e chegou sem vida no local.
Após o crime, os bandidos incendiaram o carro que foi usado no ação. O veículo foi encontrado em uma estrada vicinal em Zé Doca.
Condenações
Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como ‘Pacovan’, é conhecido por seu envolvimento em dezenas de crimes no Maranhão.
Em 2021, ele foi condenado com mais 21 pessoas, por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Pacovan foi identificado como líder do grupo e foi sentenciado a dez anos, oito meses e 15 dias de prisão.
Segundo as investigações, os crimes de agiotagem foram praticados desde o ano de 2012, por meio de postos de combustíveis em São Luís e no interior do estado.
O nome de Josival Cavalcanti havia surgido durante as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012. Devido a morte do jornalista, foi descoberto um esquema de agiotagem praticado em mais de 40 prefeituras do Maranhão, com participação direta e indireta de vários gestores municipais, outros agiotas, policias, blogueiros e jornalistas. Ele chegou a ser preso durante algumas operações, mas sempre acabava sendo solto.