O programa “Pautas Femininas”, da Rádio Assembleia (96.9), entrevistou, nesta segunda-feira (13), a nutricionista Morgana Mendonça, que faz parte do quadro da Diretoria de Saúde da Assembleia Legislativa do Maranhão.
Entre outros assuntos, Morgana Mendonça falou sobre a relação entre ansiedade, compulsão alimentar e transtorno alimentar. Ela contextualizou o assunto fazendo uma correlação com a pandemia do novo coronavírus.
“Eu recebi muitos pacientes após a pandemia do novo coronavírus com aumento de peso e relatando certa compulsão alimentar relacionada a, por exemplo, situações de insônia. A pessoa não consegue controlar a quantidade consumida e isso gera uma angústia. E é esse um sinal de que ela precisa procurar um profissional para relatar esses sintomas”, explicou.
Morgana frisou que esses casos são tratados por uma equipe multidisciplinar e quem dá o diagnóstico é o médico psiquiatra. “Que encaminha o paciente a um nutricionista, a um psicólogo, entre outros. Logo, é um trabalho longo e que precisa ser trabalhado de forma contínua”.
A nutricionista salientou que um transtorno desse tipo pode ser identificado caso haja uma frequência e, também, dependendo da gravidade. Ela deu o exemplo da bulimia. “A pessoa que geralmente é diagnosticada com bulimia tem um Índice de Massa Corpórea (IMC) dentro da normalidade. No entanto, segue com excesso de atividade física e atos purgativos, entre outros, para tentar perder a caloria que ingeriu, o que não acontece. Logo, todos esses processos geram extrema angústia e o paciente fica com medo de falar sobre esse comportamento, não o identificando”, disse.
Morgana também abordou os cuidados que devem ter as pessoas que fazem atividades físicas e que podem ter um transtorno alimentar conhecido como vigorexia, ou seja, nome dado para o transtorno dismórfico muscular, tal seja, um problema psicológico que faz com que os pacientes se enxerguem fracos e sem músculos, quando são fortes e musculosos.
A convidada também falou sobre a ingestão de alimentos à noite e frisou que não é apenas o alimento que é o vilão, mas há uma série de outros fatores. “À noite, nós temos uma menor produção de alguns hormônios e nem sempre o corpo consegue digerir certa quantidade de alimentos, e esse percentual será estocado com mais facilidade. Mas cada caso é um caso, pois há, por exemplo, atletas que treinam à noite e esse processo será totalmente diferente”, explicou.
O programa “Pautas Femininas” é veiculado toda segunda-feira, das 14h às 15h, ao vivo, na Rádio Assembleia (96.9), em conexão com a Rádio Senado. O programa é apresentado pelas jornalistas Josélia Fonseca e Régina Santana.