País tem áreas que podem ser estratégicas para negócios do bilionário, como a base de Alcântara para lançamento de foguetes
Em visita ao Brasil nesta sexta-feira, 20, o bilionário Elon Musk, cujo patrimônio beira os US$ 250 bilhões, prometeu conectar 19 mil escolas em áreas rurais por meio da Starlink, serviço de internet via satélite.
Esse, porém, está longe de ser a única área de interesse do bilionário. O portefólio de companhias dele é vasto: além da Starlink, ele tem uma montadora de carros (Tesla), uma empresa de exploração espacial (SpaceX) e até projetos de trens de alta velocidade. Tudo isso torna o Brasil um parceiro estratégico não apenas como mercado consumidor, mas também como fornecedor de materiais e prestador de serviços. Abaixo, veja alguns motivos para Musk estar “atento” ao Brasil.
Base de Alcântara
Um dos locais de maior atratividade no Brasil para Musk é o Centro de Lançamento de foguetes de Alcântara (CLA), no Maranhão. A região, que fica próximo da linha do Equador, é um dos campos de decolagem mais visados entre empresas e agências do setor aeroespacial. As condições favoráveis, que incluem a trajetória de lançamento e a distância da órbita terrestre, resultam em economia de combustível.
Os foguetes lançados de lá entram em órbita mais rapidamente, por conta da maior velocidade de rotação da Terra em pontos mais próximos à linha do Equador. Para a SpaceX, que se notabilizou por reduzir os custos de viagens espaciais, uma futura parceria poderia ser vantajosa. Até o momento, a empresa conta com uma base no Texas e um local de lançamento na Flórida, utilizado em parceria com a Nasa.
Ao comentar a visita de Musk ao País para o Estadão, um oficial do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial disse acreditar que o interesse no Brasil está conectado à base de Alcântara. Ele afirmou ainda que o interesse de Musk é bem vindo, desde que não inclua construir uma base própria da SpaceX nos arredores de Alcântara.
O governo Bolsonaro já sinalizou a autorização para que empresas privadas do mundo inteiro possam utilizar a base. Em 2019, durante visita aos EUA, o presidente Jair Bolsonaro firmou um acordo com o então líder americano, Donald Trump, para que se pudesse fazer uso comercial do centro. Na época, o acordo poderia render uma economia de cerca de US$ 260 bilhões por ano para o governo americano.
Para o Brasil, porém, os ganhos nunca foram divulgados, mas estima-se que o aluguel por missão na base de Alcântara possa passar dos R$ 150 milhões. Atualmente, empresas como Virgin Orbit, C6 Launch, Hyperion e Orion Ast possuem contrato com o governo brasileiro para utilizar a base.