Em pleno mês da mulher, a Câmara de São Luís mostrou seu posicionamento ideológico partidário de forma arcaica e brutal. Um pedido de urgência do vereador Marquinhos para conceder o título de cidadã ludovicense à ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, foi barrado pela Casa ‘do Povo’ nesta segunda-feira (18).
Um dos vereadores que barrou a indicação alegou que a falta de moradia fixa seria um dos motivos para votar contra a indicação. No entanto, esse argumento já havia sido desconsiderado em 10 de novembro de 2023, quando o presidente da Câmara, Paulo Victor (PSDB), concedeu o título ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
Atualmente, Alckmin acumula o cargo de Ministro do Desenvolvimento, mas não trouxe benefícios significativos ao Maranhão, muito menos à capital, São Luís. Por outro lado, Michele Bolsonaro, quando era primeira-dama, levantou a bandeira da inclusão social para pessoas com deficiências e até hoje é uma das principais defensoras dessa população no país.
A mensagem que ficou evidente pela Câmara foi a seguinte: não importa se for mulher e trabalhar pelos direitos dos que mais necessitam, tem que ser da mesma ala política para ser agraciada.
Em tempos em que vereadores não buscam diálogos com o executivo e pensam em suas respectivas reeleições e em sugar o governo do estado, é evidente que a preocupação com o título de cidadão ludovicense só deverá sair para pessoas do mesmo espectro político e que possa gerar uma mídia positiva aos vereadores da capital maranhense.
Essa situação levanta questões importantes sobre a integridade do sistema democrático e a necessidade de uma maior conscientização política entre os cidadãos. Afinal, a democracia não é apenas sobre o direito de votar, mas também sobre garantir que cada voto seja consciênte.