Em recente discussão em um grupo de WhatsApp, um primo do prefeito de Tuntum, Fernando Pessoa, chamado Romário Baré, lançou uma ameaça ao grupo político do prefeito, trazendo a tona, mais uma vez, a sombra da violência política no município.
No áudio que trazemos nessa reportagem, disse o primo do prefeito: “Eu não tenho medo de ninguém desse grupo, mandem me matar como mandaram matar o finado Bala e Silvan. Eu provo! Eu tenho áudio e tudo! Me desafiem, qualquer político aqui”.
A fala, que repercutiu rapidamente na cidade, insinua que lideranças políticas de Tuntum estariam por trás das execuções de Silvan e de Bala. Cabe lembrar que nenhuma dos crimes nunca foi solucionado.
Em um desses casos, as investigações chegaram a apontar o vereador da base do prefeito, Valcenor Soares de Carvalho (PSC), como possível mandante, e sua prisão chegou a ser decretada, mas logo foi revogada pelo juiz da comarca.
A revogação e a ausência de desdobramentos concretos reforçaram a percepção de impunidade e a suspeita de que figurões políticos da região, com poder e influência, poderiam estar sendo blindados da investigação.
Quanto à investigação, a Secretaria de Segurança Pública precisou deslocar uma equipe de São Luís para dar prosseguimento aos casos, em um gesto interpretado como sinal de desconfiança sobre a atuação local.
Não bastasse isso, o Delegado Regional, Dr. César Ferro, também passou a ser investigado pela Corregedoria e pelo Ministério Público após denúncia do deputado estadual Wellington do Curso, que apontou suposta prevaricação do delegado ao liberar o prefeito de Igarapé Grande, acusado de matar um policial militar durante uma vaquejada em Trizidela do Vale. O episódio levantou suspeitas de favorecimento político e reforçou as críticas de que autoridades locais não têm atuado com independência.
Enquanto Romário Baré diz possuir provas de quem mandou matar Bala e Silvan, a população de Tuntum segue sem respostas e as famílias das vítimas permanecem abandonadas à própria sorte. O silêncio das instituições, somado às ligações políticas dos investigados, apenas alimenta a percepção de que a verdade está sendo sufocada para proteger interesses de quem ocupa cargos de poder.
Fica a pergunta: A polícia civil ou o Ministério Público vão exigir que Romário Baré apresente as provas de quem mandou matar Bala e Silvan, ou vão deixar passar essa prova que pode solucionar o crime?

