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Prefeita de São João do Sóter é alvo de inquérito do Ministério Público por nepotismo e outras suspeitas de irregularidades

Lacerda, Prefeita de São João do Sóter

Um escândalo de grandes proporções ameaça a administração da prefeita Maria do Carmo Cavalcante Lacerda (PSB). O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) acaba de elevar as suspeitas de corrupção ao converter uma Notícia de Fato em Inquérito Civil (nº 004081-509/2025). O objetivo é aprofundar a apuração de nepotismo, contratações irregulares e inchaço da folha de pagamento, práticas que, segundo o órgão, violam os pilares da administração pública, como a moralidade e a impessoalidade, e atropelam a Súmula Vinculante nº 13 do STF, que proíbe o apadrinhamento de parentes.

O centro da grave acusação é a nomeação de parentes diretos da prefeita para postos de alto escalão, fundamentais para a gestão municipal. A denúncia, reiterada e robustecida por uma advogada, aponta:

  1. Secretário ‘Faz-Tudo’: O irmão da prefeita, Luís Martinho Cavalcante Lacerda (parente colateral de 2º grau), foi nomeado para o cargo de Secretário Municipal de Administração, Fazenda e Infraestrutura — uma pasta que concentra poder e orçamento em três áreas vitais;
  2. Saúde de Família: A sobrinha, Keylla Lacerda Braga (parente colateral de 3º grau), assumiu a Secretaria Municipal de Saúde;
  3. Contratação questionada: A outra sobrinha, Kelma Lacerda Braga, que já é servidora efetiva, foi designada para a crucial função de Agente de Contratação.

A Portaria de Instauração do Inquérito Civil é taxativa ao afirmar que estas nomeações, para cargos em comissão e funções de confiança, violam, em tese, o dever de a gestora agir com impessoalidade, privilegiando a capacidade técnica em vez do parentesco.

O que mais chamou a atenção do Promotor de Justiça Francisco de Assis da Silva Junior foi a postura da Prefeitura diante dos primeiros pedidos de informação. O MP-MA revela que a gestão municipal apresentou respostas “insuficientes e evasivas”.

A evasão foi dupla:

  1. Omissão de Dados: A Prefeitura não forneceu a relação de servidores contratados oriundos de Caxias/MA, cidade vizinha e naturalidade da prefeita, alimentando a suspeita de contratações motivadas por interesses políticos ou pessoais.
  2. Qualificação Frágil: As justificativas sobre a qualificação técnica dos parentes nomeados para cargos estratégicos foram consideradas “frágeis” pelo Ministério Público, indicando que a experiência ou competência podem não ter sido os fatores primordiais para a escolha.

O Inquérito Civil não é um mero protocolo; ele representa o uso de todas as ferramentas investigativas do MP para desvendar o suposto esquema.

O Promotor reitera o ofício à prefeita Lacerda, estabelecendo um prazo improrrogável de 15 dias para que o município apresente:

Além disso, o MP-MA determinou a OITIVA (depoimento) de todos os envolvidos: a denunciante, a advogada Luiza Moura, e os três parentes da prefeita que ocupam os cargos-chave, que terão de prestar esclarecimentos sobre suas qualificações e a natureza de suas funções.

A instauração formal do Inquérito Civil joga luz sobre as graves denúncias e sinaliza que a gestão de São João do Sóter será submetida a uma rigorosa auditoria legal e moral. O resultado desta investigação pode gerar responsabilização judicial, multa e até o afastamento dos envolvidos.

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