Um novo e audacioso esquema de possível desvio de dinheiro público por vereadores de São Luís levanta questinamentos e escancaram as mazelas de alguns parlamentares da capital. Desta vez, o palco é um projeto de dança, a popular zumba, utilizado como fachada para a destinação de vultosas emendas parlamentares, pois além de serem projetos baratos para execução, os recursos e planilhas mostram superfaturamento para realização da atividades.
Um grupo de edis é apontado como protagonista da manobra, que envolve o repasse de quase R$ 1 milhão aos institutos, o IAGIL (Instituto de Apoio a Gestão, Inovação e Liderança) e Instituto Bom Pastor de Amparo a Infância e Adolescência, em um prazo de execução surpreendentemente curto.
A operação, que levanta sérias suspeitas de superfaturamento e má aplicação de recursos, totaliza o repasse de R$ 800 mil através de emendas individuais de três parlamentares, sendo que dois destinaram R$ 300 mil cada e um terceiro, R$ 200 mil. O pagamento está sendo efetuado através de uma Secretaria Municipal. Veja uma tabela de gastos apresentada sobre os gastos da Zumba de milhão abaixo:

O que causa espanto, além do alto valor, é o prazo para a execução do projeto: apenas dois meses. Especialistas e observadores da política local questionam a capacidade de um projeto social de dança gastar de forma justificada e transparente uma quantia tão elevada em um período tão exíguo.
Este novo caso surge na esteira de um escândalo ainda maior, que abalou a credibilidade do legislativo municipal. O Ministério Público do Maranhão (MPMA) já investiga um esquema semelhante que, segundo as apurações, desviou cerca de R$ 6 milhões dos cofres públicos através de institutos de fachada. Nessa investigação anterior, foram implicados outros edis, demonstrando um modus operandi que parece se repetir.
Estrutura precária e indícios de superfaturamento
Uma apuração inicial revela uma realidade preocupante por trás dos números milionários. O projeto de zumba financiado não oferece a estrutura mínima para seus participantes. Faltam itens básicos como vestimentas adequadas e calçados para a prática da atividade física.
Mais grave ainda é a ausência de acompanhamento profissional qualificado. Não há nutricionistas para orientar os alunos, nem profissionais de Educação Física devidamente credenciados para elaborar e monitorar as aulas. Essa precariedade contrasta diretamente com o montante de quase R$ 1 milhão destinado ao instituto.
A análise da estrutura do projeto sugere que os custos reais para sua execução são muito inferiores ao valor recebido. A discrepância alimenta a suspeita de que o projeto de dança sirva apenas como uma fachada para mascarar o superfaturamento e a ocultação de receitas, que, na prática, estariam sendo desviadas do erário público para fins ainda não esclarecidos.
A reincidência de práticas suspeitas envolvendo emendas parlamentares na capital maranhense acende um alerta máximo para os órgãos de fiscalização e para a sociedade. Enquanto a população anseia por investimentos sérios em saúde, educação e infraestrutura, o dinheiro público parece continuar a dançar conforme a música de interesses particulares, em um ritmo que desrespeita o cidadão e a lei.
Uma nova matéria trazendo a contiunidade dos fatos narrados acima com nomes dos parlamentares está em confecção e em breve será publicada.


