Em meio a grandes desafios e questionamentos, a nova diretoria da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM) escreve um capítulo controverso na sua história. A desconfiança por parte da classe política tem atingido níveis sem precedentes, alimentada principalmente pela notória falta de transparência na instituição.
Mesmo sendo mantida por dinheiro público, a FAMEM tem sido envolta em uma nuvem de incertezas. Detalhes sobre as receitas e despesas mensais da instituição permanecem ocultos, gerando grande desconforto e descontentamento. Não se sabe, por exemplo, quanto dinheiro entra e quanto é gasto mensalmente. Não há controle ou visibilidade sobre contratos, folha de pagamento ou outros gastos significativos.
Além disso, a nova gestão tem provocado polêmica pela maneira como tem se associado às ações do Governo do Estado. Projetos e obras executadas pelo governo têm sido sistematicamente apropriados pela FAMEM, que tem se apresentado como parceira nessas iniciativas. Contudo, as contrapartidas ou financiamentos da instituição para esses projetos ainda não foram claramente estabelecidos.
Essa postura leva críticas de que a FAMEM está vivendo de aparências, enquanto na realidade se beneficia do trabalho de outras entidades (Governo do Estado e Prefeituras) sem contribuir de maneira significativa. Neste cenário, a figura do presidente é vista por muitos como meramente decorativa, ampliando ainda mais a sensação de desconforto em torno da atual gestão.
Aos seis meses de gestão, a nova diretoria da FAMEM tem pela frente o desafio de mudar essa percepção. A opacidade e a apropriação de ações de terceiros ameaçam a reputação e a eficácia da instituição. É importante que se tomem medidas para aumentar a transparência, melhorar o controle sobre os gastos e definir claramente o papel da FAMEM em relação ao governo do Estado e prefeituras maranhenses.
O futuro da FAMEM está em jogo. A classe política e a população esperam por mudanças substanciais na forma de atuação da instituição. A nova gestão tem o dever de encarar esses problemas de frente, corrigindo rumos e reafirmando seu compromisso com a transparência e a responsabilidade no uso do dinheiro público. Caso contrário, mais impropriedades administrativas podem estar no horizonte, minando a confiança do público e comprometendo ainda mais a imagem da instituição.