Na serena cidade de Arari, situada a uma distância de aproximadamente 160 km da agitada capital maranhense, um intricado dilema político vem tomando forma nos últimos meses. Há cerca de meio ano, um processo de extrema importância aportou na Câmara de Vereadores de Arari, desencadeando uma série de eventos que têm sacudido a pacatez desta comunidade notoriamente ordeira.
No epicentro desse cenário complexo encontra-se a prestação de contas do ex-prefeito Djalma Melo. O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE/MA) emitiu uma repreensão rigorosa referente às finanças do ex-gestor. Djalma Melo, por sua vez, não poupou esforços para tentar reverter essa decisão, explorando todas as vias possíveis. No entanto, todas as suas tentativas foram infrutíferas, visto que o Tribunal Estadual de Contas rejeitou todos os recursos. Agora, a “bola”, ou melhor, o processo, está nas mãos da Câmara Municipal de Arari, que tem o direito de referendar ou não a repreensão do TCE/MA e, assim, decidir o destino do ex-prefeito.
Os bastidores da Câmara têm sido marcados por uma atmosfera de tensão. O atual presidente da Câmara Municipal, Cabito Abas, que também é cunhado do prefeito em exercício, parece sofrer de uma estranha amnésia seletiva. Ele aparentemente se esqueceu dos intrincados episódios que envolvem o ex-gestor Djalma Melo e o atual prefeito, Rui Filho. Quando rumores sobre um possível pedido de sessão extraordinária para deliberar sobre as contas do ex-gestor começaram a circular, o presidente simplesmente desapareceu, alegando estar “em viagem”.
No entanto, uma equipe de vereadores destemidos, composta por Marcelo Aracenter, Aurinete Freitas, Thalles de Aroucha, Evandro Piancó e o Irmão Ozeias, não está disposta a deixar o acaso ditar os rumos da situação. Esses legisladores estão trabalhando incansavelmente, plenamente conscientes das habilidades e antecedentes do ex-gestor. Eles não esquecem que Djalma Melo, após vencer as eleições de 2012 com o apoio do saudoso ex-prefeito Leão Santos, rompeu abruptamente com Leão e seus aliados, criando uma narrativa de ingratidão que não passou despercebida.
Apesar de todos esses eventos passados, o atual presidente da Câmara Municipal de Arari insiste em proteger o ex-gestor. Há especulações de que ele pode estar vislumbrando a possibilidade de um cargo para sua esposa na Secretaria de Saúde, caso Djalma Melo vença as próximas eleições. No entanto, isso levanta a questão: será que o nobre presidente da câmara se esqueceu das proibições e tensões que marcaram as eleições de 2012, incluindo a restrição de seu cunhado de participar de passeatas?
Nesta tranquila localidade do Maranhão, a política se entrelaça com laços familiares, rivalidades antigas e alianças partidárias do passado. O destino de Djalma Melo e a decisão da Câmara Municipal permanecem incertos, deixando Arari ansiosa por respostas enquanto enfrenta este complexo dilema político.
