Em apenas dois meses à frente da prefeitura de Pinheiro, a gestão do prefeito André da Ralpnet (Podemos) já recebeu uma cifra impressionante: R$ 62.156.051,66 (sessenta e dois milhões cento e cinquenta e seis mil e cinquenta e um reais e sessenta e seis centavos) em repasses constitucionais e verbas destinadas à saúde. Apesar desse montante expressivo, o município segue mergulhado em um caos administrativo e financeiro, com a população ainda esperando por melhorias que não chegam. A pergunta que ecoa é: para onde está indo todo esse dinheiro?
De acordo com um levantamento exclusivo do blog Joerdson Rodrigues, os números são de tirar o fôlego. Em janeiro, os cofres municipais receberam R$ 31.609.273,76, enquanto fevereiro trouxe mais R$ 22.876.344,43. Somam-se a isso R$ 7.670.433,47 destinados à manutenção das ações e serviços públicos de saúde, totalizando os R$ 62 milhões. Para um início de gestão, os valores são altos, mas os resultados, até agora, são praticamente invisíveis.
O que chama mais atenção, no entanto, não é só a falta de avanços, mas a completa ausência de clareza sobre como esses recursos estão sendo utilizados. Contratos, dispensas de licitação, folhas de pagamento e outros atos administrativos seguem sem publicação oficial. O Portal da Transparência, que deveria ser uma ferramenta de acesso à informação para cidadãos, imprensa e órgãos de controle, continua obscurecido, com dados ocultos ou inacessíveis. A gestão parece apostar no silêncio enquanto os problemas se acumulam.
A população de Pinheiro, que esperava um novo rumo com a eleição de André da Ralpnet, agora se vê diante de um cenário preocupante: milhões entrando, mas nenhum sinal de obras, serviços ou melhorias concretas. A saúde, que recebeu quase R$ 8 milhões em custeio, segue sem avanços visíveis, e a administração municipal não presta contas de forma clara, levantando suspeitas e indignação.
Com tanto recurso disponível, seria razoável esperar, no mínimo, um plano emergencial para enfrentar os desafios do município. No entanto, o que se observa é uma gestão que, até o momento, não entregou respostas nem resultados. A falta de transparência e os problemas administrativos só reforçam a sensação de que os R$ 62 milhões podem estar sendo mal geridos – ou pior.
O prefeito André da Ralpnet terá que explicar, cedo ou tarde, como pretende justificar esse início de mandato marcado por tanto dinheiro e tão poucos avanços. Enquanto isso, Pinheiro segue à espera de uma administração que honre os votos recebidos e os recursos que já chegaram aos cofres públicos.
Veja os extratos

Repasses de janeiro e fevereiro