Nos primeiros 100 dias de 2025, o município de Caxias, no leste maranhense, viu entrar em seus cofres um montante impressionante: R$ 206.694.008,45(duzentos e seis milhões seiscentos e noventa e quatro mil e oito reais e quarenta e cinco centavos) em repasses constitucionais e verbas destinadas à saúde. Sob o comando do prefeito Gentil Neto (PP), a cidade recebeu, em média, mais de R$ 2 milhões por dia, um volume de recursos que coloca Caxias entre os municípios mais privilegiados do estado. No entanto, apesar da robusta arrecadação, a gestão municipal enfrenta críticas pela estagnação administrativa e problemas graves na saúde pública.
Os repasses constitucionais foram distribuídos ao longo dos meses:
- Janeiro – R$ 63.804.686,25 (sessenta e três milhões oitocentos e quatro mil seiscentos e oitenta e seis reais e vinte e cinco centavos);
- Fevereiro – R$ 46.271.405,62 (quarenta e seis milhões duzentos e setenta e um mil quatrocentos e cinco reais e sessenta e dois centavos);
- Março – R$ 36.607.984,98 (trinta e seis milhões seiscentos e sete mil novecentos e oitenta e quatro reais e noventa e oito centavos);
- Abril – R$ 9.228.145,17 (nove milhões duzentos e vinte e oito mil cento e quarenta e cinco reais e dezessete centavos).
Já os recursos específicos para a saúde, voltados à manutenção de ações e serviços públicos, somaram R$ 50.781.786,43 (cinquenta milhões setecentos e oitenta e um mil setecentos e oitenta e seis reais e quarenta e três centavos), divididos em quatro parcelas:
- Janeiro – R$ 14.837.152,87 (quatorze milhões oitocentos e trinta e sete mil cento e cinquenta e dois reais e oitenta e sete centavos);
- Fevereiro – R$ 16.629.402,17 (dezesseis milhões seiscentos e vinte e nove mil quatrocentos e dois reais e dezessete centavos);
- Março – R$ 8.940.501,34 (oito milhões novecentos e quarenta mil quinhentos e um reais e trinta e quatro centavos);
- Abril – R$ 10.374.730,05 (dez milhões trezentos e setenta e quatro mil setecentos e trinta reais e cinco centavos).
Esses valores, que deveriam garantir atendimento de qualidade à população, não têm se traduzido em melhorias perceptíveis.
A gestão de Gentil Neto é alvo de questionamentos. A população e políticos locais apontam que o verdadeiro comando da prefeitura está nas mãos do ex-prefeito Fábio Gentil, que atuaria como uma espécie de “prefeito de fato” nos bastidores. Essa influência paralela tem gerado críticas sobre a autonomia e a eficiência da administração atual, que parece incapaz de transformar os vultosos recursos em benefícios concretos para os caxienses.

Na área da saúde, o cenário é ainda mais preocupante. Mesmo com mais de R$ 50 milhões destinados ao setor, Caxias enfrenta dificuldades na gestão de hospitais e postos de saúde. A população reclama da demora para realizar exames na rede municipal e da precariedade no atendimento. A falta de transparência sobre o uso desses recursos também alimenta desconfianças entre os moradores, que cobram ações efetivas para resolver os gargalos.
Com tanto dinheiro em caixa, a pergunta que ecoa é: por que Caxias não avança? A gestão de Gentil Neto precisa responder com urgência, sob o risco de ver a confiança da população se esgotar. Enquanto os milhões se acumulam, a cidade espera por resultados que justifiquem tamanha fartura financeira.