Nos últimos três anos, a prefeitura de Duque Bacelar, sob a gestão do prefeito Flávio Furtado (PDT), destinou mais de R$ 700 mil em contratos para uma única empresa de manutenção de veículos e fornecimento de peças. O fato, que por si só já chama a atenção pelos altos valores, torna-se ainda mais questionável por um detalhe geográfico: a empresa contratada, I C F SILVA AUTO PEÇAS LTDA (CNPJ: 40.685.750/0001-69), não está sediada em Duque Bacelar, mas sim na cidade de Caxias.
O montante total dos pagamentos à oficina, localizada na Rua Senador Clodomir Cardoso, no bairro Cangalheiro, em Caxias, atinge a cifra de R$ 704.610,13 (setecentos e quatro mil seiscentos e dez reais e treze centavos) entre 2023 e 2025. Os repasses anuais demonstram uma crescente nos gastos:
- 2023: R$ 225.698,27 (duzentos e vinte e cinco mil seiscentos e noventa e oito reais e vinte e sete centavos);
- 2024: R$ 370.651,56 (trezentos e setenta mil seiscentos e cinquenta e um reais e cinquenta e seis centavos);
- 2025 (até o momento): R$ 108.260,30 (cento e oito mil duzentos e sessenta reais e trinta centavos);
- Total: R$ 704.610,13 (setecentos e quatro mil seiscentos e dez reais e treze centavos).
Outro ponto a ser destacado é a falta de transparência dos contratos firmados entre a empresa e a prefeitura, mesmo fornecendo peças em 2025, não existem contratos no sistema do TCE-MA que justique os pagamentos realiados à empresa neste ano como destacado em imagem abaixo:

A decisão administrativa de contratar uma empresa de fora do município levanta sérios questionamentos sobre o compromisso da gestão com o fomento da economia local. Enquanto o dinheiro público de Duque Bacelar é “exportado” para Caxias, empresários e mecânicos locais perdem a oportunidade de prestar serviços para o maior cliente da cidade: a própria prefeitura.
Documentos oficiais, como o extrato do Pregão Eletrônico Nº PE-026/2023, publicado no Diário Oficial da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM), confirmam a contratação da I C F SILVA AUTO PEÇAS LTDA para o “fornecimento de peças para manutenção de veículos” para a frota municipal, incluindo a Secretaria de Saúde.

A prática de contratar fornecedores de outras cidades não é ilegal, desde que siga os processos licitatórios. No entanto, a preferência sistemática por uma empresa de Caxias, em detrimento dos estabelecimentos de Duque Bacelar, acende um alerta sobre a economicidade e a responsabilidade social da gestão do prefeito Flávio Furtado.
Para uma cidade com o porte de Duque Bacelar, cujo desenvolvimento econômico depende fortemente do comércio e dos serviços locais, a injeção de mais de R$ 700 mil no caixa de uma única empresa de fora representa um impacto significativo que deixa de ser gerado na própria comunidade. Fica a pergunta para o gestor municipal: por que os recursos de Duque Bacelar não estão trabalhando para os cidadãos de Duque Bacelar?