Uma onda de desinformação e e o que parece ser uma suposta e articulada campanha digital buscam manchar a reputação do policial militar Geidson Thiago da Silva Dos Santos, executado a tiros pelo prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT). Enquanto o gestor se afasta para um suposto tratamento psiquiátrico, recebendo salário dos cofres públicos por 125 dias, vozes se levantam contra o que parece ser uma tentativa de inverter a narrativa e transformar a vítima em vilão.
Desde a última terça-feira (8/7), áudios e um vídeo de origem duvidosa começaram a circular em massa em diversas plataformas digitais. O conteúdo, atribuído ao policial militar Geidson Thiago, tenta construir a imagem de um homem agressivo, irresponsável e autoritário. A estratégia é clara: justificar a execução sumária cometida pelo prefeito João Vitor Xavier, que atirou pelas costas do militar durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale.
A brutalidade do crime, ocorrido na noite de domingo (6/7), chocou o Maranhão. Segundo testemunhas, a discussão que antecedeu os disparos teria sido motivada por um pedido do policial para que o prefeito abaixasse o farol alto de seu veículo. Em resposta, o gestor municipal teria ido ao carro se armar retornando e efetuado os disparos fatais.
Enquanto a família de Geidson lamenta sua perda irreparável, uma verdadeira força-tarefa digital e midiática parece empenhada em desqualificar a memória do policial. A suspeita que recai sobre a militância digital e veículos de comunicação é que elas podem ter alguma ligação financeira com o grupo político do prefeito, que pertence a influente família Xavier. O tio do prefeito, Erlânio Xavier, é uma figura proeminente no PDT estadual, com forte atuação em Brasília, e já foi prefeito de Igarapé Grande e presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM). O pai de João Vitor, Junior Xavier (PDT), também comanda a prefeitura da cidade vizinha de Bernardo do Mearim.
Essa teia de poder político e influência levanta questionamentos sobre a origem e o financiamento dessa campanha difamatória. Estariam alguns meios de comunicação sendo coagidos ou pagos para disseminar uma narrativa que favorece o agressor? A família Xavier, mesmo com o prefeito afastado, ainda daria as cartas nos bastidores, utilizando sua máquina para proteger um dos seus?
A situação se agrava com a inação da Justiça. O pedido de prisão contra João Vitor Xavier continua sem uma decisão no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). Em um desdobramento que causa perplexidade e indignação, o prefeito foi agraciado com um pedido de afastamento para um suposto tratamento psiquiátrico, com um salário de quase R$ 14 mil mensais pagos pelo povo.
Enquanto a justiça dos homens tarda, a campanha para assassinar a reputação de Geidson Thiago opera a todo vapor. Busca-se criar uma falsa equivalência, onde a vítima, agora silenciada para sempre, teria “merecido” seu trágico fim, e o autor do crime, um prefeito em pleno exercício de seu mandato, teria agido em “legítima defesa”.
A sociedade maranhense e as autoridades competentes não podem se calar diante de tal inversão de valores. É preciso que a investigação seja célere e isenta, que a justiça seja feita e que as forças ocultas que tentam culpar a vítima sejam expostas e responsabilizadas. A memória do policial militar Geidson Thiago da Silva Dos Santos clama por justiça, não por uma segunda execução, desta vez, moral.
