Empresária Karina Sampaio Dutra

Empresária utiliza “Empresas Gêmeas” que já faturaram quase R$ 14 milhões levantando suspeitas de fraude e favorecimento em contratos com prefeituras maranhenses

Um possível esquema que já movimentou quase R$ 14 milhões dos cofres públicos acende um grande alerta para o favorecimento e o possível direcionamento de licitações em diversos municípios maranhenses. No centro da polêmica está a empresária Karina Sampaio Dutra, proprietária de duas empresas, a Comercial Dutra e a Distribuidora Dutra, que têm firmado contratos vultosos de forma suspeita, em uma aparente “casadinha” para abocanhar recursos públicos.

As duas empresas não apenas pertencem à mesma pessoa, como também estão sediadas no mesmo endereço: Rua Acre, 119, na Chácara Brasil, em São Luís. Essa coincidência, somada à recorrência com que as empresas vencem licitações nas mesmas prefeituras, levanta sérias dúvidas sobre a lisura e a competitividade desses processos. Juntas, elas já faturaram R$ 13.110.506,62 (treze milhões cento e dez mil quinhentos e seis reais e sessenta e dois centavos) em contratos com prefeituras do estado.

A escalada milionária do Comercial Dutra

A principal beneficiária do possível esquema parece ser a Comercial Dutra, que sozinha acumulou R$ 11.618.216,25 (onze milhões seiscentos e dezoito mil duzentos e dezesseis reais e vinte e cinco centavos) em contratos com três municípios. A análise dos valores ano a ano revela uma trajetória de crescimento impressionante, sugerindo um relacionamento cada vez mais próximo com as gestões municipais.

  • Pedro do Rosário: Lidera os repasses, somando R$ 4.029.303,54 entre 2021 e 2025. O auge dos contratos foi em 2022, com um repasse de mais de R$ 1,8 milhão;
  • Vitorino Freire: Garantiu à empresa R$ 3.960.816,37 no mesmo período, com um aumento expressivo e constante dos valores anuais;
  • Turilândia: Os contratos com a prefeitura saltaram de cerca de R$ 460 mil em 2021 para mais de R$ 1,3 milhão em 2024, totalizando R$ 3.621.113,84.

A Comercial Dutra também possui um contrato de menor expressão com o município de Humberto de Campos, no valor de R$ 6.982,50, indicando sua atuação em várias frentes.

Distribuidora Dutra: A “Irmã” que complementa o esquema

Para reforçar a presença nos municípios, a Distribuidora Dutra LTDA, também de propriedade de Karina Sampaio Dutra, entra em cena. Apenas em 2025, a empresa já garantiu R$ 1.492.290,37 (um milhão quatrocentos e noventa e dois mil duzentos e noventa reais e trinta e sete centavos) em contratos, atuando, curiosamente, em municípios já “clientes” da Comercial Dutra.

  • Vitorino Freire: Repassou R$ 708.389,47 para a distribuidora
  • Turilândia: Contratou a empresa por R$ 576.127,46;
  • Presidente Dutra: Fechou contrato no valor de R$ 207.773,44.

Sinais de “carta marcada”

A prática de duas empresas do mesmo proprietário, localizadas no mesmo endereço, ganharem sucessivas licitações nas mesmas prefeituras é um forte indício de irregularidade. Especialistas em direito público apontam que tal situação pode configurar fraude ao caráter competitivo das licitações, direcionamento e, em última análise, um esquema de “carta marcada” para beneficiar um grupo específico.

A situação lesa os cofres públicos e, consequentemente, a população, que poderia ter acesso a produtos e serviços com melhor qualidade e preços mais baixos se houvesse uma concorrência real e justa.

A grande questão que fica no ar é: como um possível esquema tão evidente passou despercebido pelos órgãos de controle interno das prefeituras e pela fiscalização externa? Cabe agora ao Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) investigar a fundo a legalidade desses contratos milionários e apurar a existência de um possível conluio entre a empresária e gestores municipais para desviar recursos que deveriam ser aplicados em benefício da sociedade.

Um passo importante é o MPMA e/ou TCE pedirem a suspensão dos contratos e consequentemente dos repasses das prefeituras às empresas estancando a sagria dos cofres públicos. Entramos em contato com a empresária, mas não obtivemos qualquer posicionamento sobre o caso, onde preferiram manter o silêncio.

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