O uso de verbas federais destinadas à educação em Coelho Neto está sob suspeita após um levantamento exclusivo do blog Joerdson Rodrigues identificar um alto volume de pagamentos a uma empresa de tecnologia, gerando sérias suspeitas de superfaturamento e potencial desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB).
A empresa IG7 Sistema e Tecnologia Ltda. foi contratada pela Prefeitura para a suposta “prestação de serviços de implantação de Sistema Gestão Escolar”, incluindo licenciamento, treinamento e suporte. O contrato em questão, de número 239/2023, foi inicialmente orçado em R$ 743.976,00 (setecentos e quarenta e três mil novecentos e setenta e seis reais), conforme o Pregão Eletrônico nº 015/2023.
No entanto, os pagamentos efetuados pela gestão do prefeito Bruno Silva (PP) à IG7 Sistema e Tecnologia Ltda desde 2023 até a presente data superam, e muito, o valor original do contrato. O blog constatou que a empresa já recebeu a impressionante cifra de R$ 1.735.934,00 (um milhão, setecentos e trinta e cinco mil, novecentos e trinta e quatro reais)
A diferença entre o valor inicial do contrato R$ 743.976,00 (setecentos e quarenta e três mil novecentos e setenta e seis reais) e o total já repassado R$ 1.735.934,00 (um milhão setecentos e trinta e cinco mil novecentos e trinta e quatro reais) é gritante, beirando quase o dobro e meio do montante previsto.
| Ano do repasse | Valor repassado | Valor por extenso |
| 2025 | R$ 867.972,00 | oitocentos e sessenta e sete mil, novecentos e setenta e dois reais. |
| 2024 | R$ 619.980,00 | seiscentos e dezenove mil, novecentos e oitenta reais. |
| 2023 | R$ 247.982,00 | duzentos e quarenta e sete mil, novecentos e oitenta e dois reais. |
| Total | R$ 1.735.934,00 | um milhão, setecentos e trinta e cinco mil, novecentos e trinta e quatro reais. |
Essa discrepância levanta um sinal vermelho robusto sobre a transparência e a economicidade do contrato. Como um serviço de software, licenças e treinamento, orçado em um determinado valor, pode gerar pagamentos que excedem o previsto em quase R$ 1 milhão em tão pouco tempo?
O caso sugere, no mínimo, uma gestão extremamente questionável dos recursos do Fundeb, verba essencial para a qualidade da educação no município. A situação exige uma investigação aprofundada por parte dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, para esclarecer se houve aditivos contratuais que justifiquem tal aumento ou se estamos diante de um suposto esquema para desviar recursos públicos.
A comunidade de Coelho Neto merece uma resposta clara e transparente sobre como o dinheiro da educação está sendo empregado. O volume de recursos repassados, muito acima do que foi acordado inicialmente, levanta a fundada suspeita de que a empresa IG7 possa ser uma peça central em um ardiloso plano para escoar dinheiro do Fundeb.
