Gestão de Simplesmente Maria (MDB) recebe volume recorde de recursos, enquanto denúncias de má aplicação e questionamentos sobre serviços pairam sobre a Secretaria de Educação.
O município de Arari, sob a gestão da prefeita Simplesmente Maria (MDB), está no centro de uma intensa discussão sobre a aplicação dos recursos destinados à Educação. Dados exclusivos levantados pelo blog Joerdson Rodrigues, com base em informações do Tesouro Nacional, revelam que a administração municipal já recebeu, até o momento em 2025, um montante superior a R$ 65 milhões (exatamente R$ 65.492.774,88) provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
Apesar desta vultuosa injeção de recursos, que deveria se traduzir em melhorias significativas para o sistema educacional, o que tem dominado o noticiário local são as queixas, denúncias e o aparente caos administrativo na área. Moradores, pais de alunos e a própria sociedade civil organizada questionam a discrepância entre a alta verba recebida e a percepção de que a educação em Arari vive, segundo alguns indicadores e relatos, um dos seus momentos mais críticos.
O blog Joerdson Rodrigues tem atuado na linha de frente na fiscalização desses gastos, trazendo à tona informações que levantam sérias dúvidas sobre a aplicação do dinheiro público. Entre as denúncias mais recorrentes, destacam-se os gastos classificados como “exorbitantes” com serviços básicos como capina, limpeza e detetização em unidades escolares.
A crítica central reside na forma como esses serviços foram contratados ou, supostamente, executados. As informações apontam para a contratação ou remuneração de pessoas físicas, sem que houvesse um vínculo contratual claro ou um processo licitatório transparente que justificasse a escolha e os valores pagos.
“A falta de critérios claros na escolha dos prestadores de serviços, a ausência de licitação aparente e a contratação de pessoas físicas para serviços que poderiam ser feitos via contratos transparentes gera uma zona de sombra sobre a aplicação do FUNDEB,” aponta um analista de contas públicas consultado pelo blog.
O questionamento é: Quais foram os critérios que levaram à escolha dessas pessoas? Como foi comprovada a execução dos serviços e, mais importante, se os valores pagos são compatíveis com o mercado, fugindo de qualquer suspeita de superfaturamento ou desvio?
A crise na educação e as suspeitas de má gestão da verba pública escalaram a tal ponto que resultaram na solicitação de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal para investigar os gastos da Educação. De acordo com informações obtidas, a solicitação teria alcançado o número necessário de votos entre os vereadores para a sua instalação.
Contudo, a investigação está paralisada. O motivo: o presidente da Câmara, Irmão Ozeias (PRD), que é aliado político da prefeita Simplesmente Maria, optou por não instaurar a CPI, impedindo que a Casa Legislativa exerça plenamente seu papel fiscalizador. Esse movimento gera mais ruído e fortalece a percepção de que há uma blindagem política tentando barrar o aprofundamento das investigações.
Com a verba milionária do FUNDEB e as recorrentes denúncias de irregularidades no uso do dinheiro, é esperado que os órgãos de controle e fiscalização federais estejam atentos à situação de Arari. A Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) são as instituições com poder para aprofundar a investigação sobre a aplicação dos R$ 65 milhões.
A sociedade de Arari, por meio do blog Joerdson Rodrigues, aguarda os próximos passos dessas autoridades antes do encerramento do ano de 2025. A novela da educação, que se arrasta entre recursos abundantes e suspeitas de desvios, exige transparência e a devida responsabilização para que o dinheiro destinado à formação das crianças e jovens do município cumpra sua verdadeira finalidade.