Mais uma tragédia abala a cidade de Coelho Neto, sob a gestão do prefeito Bruno Silva (PP), levantando sérias questões sobre a qualidade do atendimento na saúde pública municipal. Um adolescente faleceu na manhã desta segunda-feira (12) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, vítima do que familiares e testemunhas apontam como negligência médica. A situação, que culminou em um desfecho trágico, expõe falhas graves no sistema de saúde local e reacende o debate sobre a responsabilidade da administração pública.
De acordo com relatos obtidos pelo blog Joerdson Rodrigues, o jovem vinha buscando atendimento na UPA há 15 dias, com queixas de mal-estar. Em todas as visitas, ele era medicado e liberado para casa, sem a realização de exames detalhados que poderiam ter identificado a gravidade do caso. Somente após o óbito, foi revelado que o adolescente supostamente estaria com meningite, uma infecção grave que, sem tratamento adequado, evoluiu para a morte. A demora no diagnóstico e a falta de exames laboratoriais são apontadas como fatores decisivos para o agravamento do quadro.
A revolta da família da vítima ganhou força após o falecimento. Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram parentes exigindo respostas e a liberação do corpo do adolescente. Segundo informações, o jovem aguardava um leito em Caxias e uma ambulância UTI para transferência, mas a demora no processo contribuiu para o desfecho fatal. Indignada, a família se recusou a permitir a remoção do corpo por um carro funerário acionado pela prefeitura, que pretendia levá-lo ao Instituto Médico Legal (IML) em Timon.
Em um ato que chocou a comunidade, o secretário municipal de Saúde, Samuel Bastos, solicitou a presença de uma viatura da Polícia Militar na porta da UPA. A medida, segundo testemunhas, teve o objetivo de intimidar a família, que, enlutada e revoltada, exigia justiça e transparência. “É inaceitável que, em vez de oferecer apoio e esclarecimentos, a gestão municipal use a força policial para calar uma família que perdeu um filho por falhas no atendimento”, afirmou uma fonte próxima ao caso, sob anonimato.
Veja o vídeo
A tragédia ocorre em um contexto em que a saúde pública de Coelho Neto deveria estar fortalecida. Recentemente, a prefeitura assinou um Termo de Colaboração com o Instituto Gepas no valor de R$ 7.086.000,00 (sete milhões e oitenta e seis mil reais) para a prestação de serviços médicos especializados nas unidades de saúde do município. O contrato, que deveria garantir atendimento de qualidade, levanta questionamentos: onde está sendo aplicado esse recurso? Por que um adolescente com sintomas graves não recebeu exames ou tratamento adequado em 15 dias de idas à UPA?
Veja o Termo de Colaboração/Contrato
A gestão do prefeito Bruno Silva enfrenta críticas crescentes por priorizar ações de cunho político em detrimento de investimentos efetivos na saúde. A falta de estrutura, a demora em transferências e a ausência de diagnósticos precisos são problemas recorrentes relatados pela população.
A decisão do secretário de saúde, Samuel Bastos de acionar a Polícia Militar para intimidar a família é vista como mais um episódio de autoritarismo da atual gestão. Em vez de dialogar e prestar esclarecimentos, a prefeitura optou por uma postura que só ampliou a indignação popular. Até o momento, nenhuma nota oficial foi emitida pela administração municipal ou pela Secretaria de Saúde para explicar o ocorrido ou justificar as falhas no atendimento.
A população de Coelho Neto exige respostas: quem será responsabilizado pela morte do adolescente? Quais medidas serão tomadas para evitar novas tragédias? O Ministério Público e as autoridades competentes precisam investigar a fundo as circunstâncias do caso, incluindo a conduta médica, a gestão do contrato com o Instituto Gepas e o uso da força policial contra uma família em luto.
A morte de um jovem de 12 anos não pode ser tratada como um caso isolado. Ela é um grito de alerta para a crise na saúde pública de Coelho Neto e para a necessidade de uma gestão mais humana e responsável. O blog Joerdson Rodrigues seguirá acompanhando o caso e cobrando transparência das autoridades. À família, nossa solidariedade. À população, nosso compromisso de trazer a verdade.