Uma nova e grave denúncia abala a administração municipal de Itapecuru-Mirim. O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) está investigando o prefeito Filipe Marreca (PRD) e uma dezena de seus secretários municipais por suspeitas de irregularidades em um contrato vultoso. O alvo da investigação é o acordo firmado entre a prefeitura e o Instituto Mais Integração Social, uma parceria que já movimentou milhões dos cofres públicos.
O centro da apuração é o Contrato de Terceirização de Mão de Obra, que, segundo o TCE-MA, pode ter tido suas despesas classificadas de forma indevida. O que torna o caso ainda mais alarmante são os valores envolvidos.
Um levantamento exclusivo do blog Joerdson Rodrigues revela que, somente neste ano de 2025, a gestão de Filipe Marreca já repassou nada menos que R$ 8.889.523,24 (oito milhões, oitocentos e oitenta e nove mil, quinhentos e vinte e três reais e vinte e quatro centavos) ao Instituto Mais Integração Social, no período de janeiro até a presente data. Este montante colossal levanta sérias dúvidas sobre a necessidade e a transparência dos gastos.
A denúncia, registrada sob o Processo nº 3053/2025 no TCE, aponta uma responsabilidade que se estende por todo o primeiro escalão da prefeitura. Além do prefeito Luis Filipe Torres Filgueira (Filipe Marreca), a corte de contas determinou a citação de dez secretários municipais de pastas diversas.

Entre os citados estão os secretários de Orçamento e Gestão, Administração, Governo, Infraestrutura, Assistência Social, Juventude, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Agricultura Familiar, e Políticas para a Mulher. O despacho do Conselheiro Relator, José de Ribamar Caldas Furtado, indica que o órgão de fiscalização busca clareza sobre quais secretarias se beneficiaram do contrato, ampliando o cerco em torno da administração municipal.
A investigação segue em curso, com o TCE adotando medidas para garantir a citação de todos os responsáveis. A denúncia de “possível classificação indevida das despesas” sinaliza que a modalidade do contrato com o instituto pode estar sendo utilizada para burlar regras ou maquiar despesas, um ato que, se confirmado, representará um grave desvio na aplicação dos recursos públicos de Itapecuru-Mirim.
O prefeito Filipe Marreca e os secretários já constituíram advogados e solicitaram prorrogação de prazo para apresentação de suas defesas, um direito que lhes foi garantido pelo Tribunal. A população de Itapecuru-Mirim, no entanto, aguarda por respostas claras sobre o destino de quase R$ 9 milhões.
