Na manhã desta terça-feira, 14 de janeiro de 2025, São Luís acordou submersa em um cenário que já se tornou, infelizmente, bastante familiar: os bairros da capital maranhense voltaram a enfrentar inundações logo nas primeiras chuvas do ano. As obras de drenagem, amplamente anunciadas pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), foram colocadas à prova e, segundo muitos moradores, não passaram do teste.
Braide, que sempre se mostrou ativo nas redes sociais promovendo suas iniciativas de infraestrutura, encontrou-se mais uma vez na defensiva. Na primeira ocasião, ele culpou a população pelo acúmulo de lixo que teria obstruído os sistemas de drenagem. No entanto, com os alagamentos desta terça, o prefeito mudou o alvo de suas acusações, apontando a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) como responsável por pelo menos um dos pontos críticos de inundação.
A realidade, no entanto, sugere um quadro mais complexo. Mesmo com investimentos em obras de drenagem profunda, os pontos históricos de alagamento continuam a se repetir. Populares apontam para uma execução apressada das obras, que priorizou a velocidade em detrimento da qualidade. Isso resultou em soluções paliativas que não resolvem os problemas de fundo, deixando a população de São Luís vulnerável às chuvas como sempre.
A estratégia de comunicação de Braide tem sido notável, utilizando as redes sociais para projetar uma imagem de um gestor atencioso e eficaz. Mas, enquanto ele ganha popularidade e visibilidade, São Luís ainda luta com os mesmos velhos problemas de infraestrutura que foram negligenciados durante os últimos anos de sua gestão.
A performasse do prefeito diante das câmeras parece mais uma ferramenta de manipulação de imagem do que uma solução real para as demandas da cidade.
Enquanto a população continua a sofrer com as consequências das chuvas, a administração municipal precisa ser mais transparente e eficiente, focando menos em marketing e mais em soluções duradouras. A verdadeira medida do sucesso de um gestor público não está nas postagens de redes sociais, mas na melhoria concreta da qualidade de vida de seus cidadãos.