A gestão do prefeito de Pinheiro, André da Ralpnet (Podemos), está recheada de atoso suspeitos e polêmicos, o que mistura parcelas de incompetência administrativa com supostamente má fé. Um vídeo recebido pelo blog Joerdson Rodrigues mostra o depósito de merenda escolar da cidade já abarrotado de alimentos, além de freezers lotados, com o ex-prefeito e atual secretário de Educação, Zé Arlindo, posando para as câmeras. Até aí, tudo poderia parecer um esforço para destacar o trabalho da gestão “Reconstruir e Avançar“. Mas há um detalhe gritante: a licitação para o fornecimento desses produtos ainda nem aconteceu.
Isso mesmo. O Pregão Eletrônico nº 01/2025, que visa contratar gêneros alimentícios para a merenda escolar, está marcado para o dia 28 de março de 2025, daqui a quatro dias, com um valor estimado de até R$ 8,8 milhões. Então, como é possível que o depósito já esteja “completamente lotado”, como afirma o narrador do vídeo? Seria um caso de eficiência sobrenatural ou algo mais preocupante, como um processo de licitação com cartas marcadas?
No vídeo, o funcionário da prefeitura exibe orgulhosamente os produtos, destacando a “merenda escolar de qualidade” e o “compromisso com os alunos”. A grande questão que fica no ar é: quem forneceu esses alimentos? Sem licitação concluída ou contrato assinado, a origem dos produtos é, no mínimo, um mistério. E, pior, a situação levanta suspeitas de que o processo licitatório pode ser apenas uma formalidade para encobrir algo já decidido nos bastidores.
No vídeo é possivel ver que alguns dos itens descritos no edital da licitação já estão no depósito, e ressatamos que o processo licitatório está prevista para ocorrer na próxima sexta-feira (28) como:
Itens | Quantidade |
---|---|
Arroz | 50 mil quilos |
Oléo | 15 mil litros |
Açucar | 50 mil quilos |
Frango concelado | 20 mil quilos |
Carne moída | 30 mil quilos |
Para o cidadão comum, é simples: licitação serve para garantir transparência, concorrência justa e o melhor uso do dinheiro público. Quando o depósito aparece abastecido antes mesmo de o pregão acontecer, o que resta é desconfiança. Será que os R$ 8,8 milhões já têm destino certo? Ou a gestão de Pinheiro acredita que exibir freezers cheios é o suficiente para calar as perguntas do povo?
A população de Pinheiro merece respostas claras. Se a merenda já está no depósito, quem pagou por ela? Qual empresa entregou? E por que o processo formal só vai acontecer depois do fato consumado? Até lá, o vídeo que era para ser propaganda pode acabar virando prova de um escândalo em potencial. Fica o alerta: em política, nem tudo que brilha é ouro – às vezes, é só um freezer lotado de dúvidas.
Veja o vídeo