Prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD)

Saiba quais são as 7 razões para Braide não ser candidato ao governo do estado em 2026, a última é a mais grave!

Reeleito com uma votação esmagadora que o confirmou no comando da capital maranhense, o prefeito Eduardo Braide (PSD) surge, aos olhos de muitos, como um nome natural na corrida pelo Palácio dos Leões em 2026. Contudo, uma análise aprofundada do cenário político revela uma teia complexa de desafios e impedimentos que tornam essa trajetória improvável. Mais do que uma simples escolha, a candidatura de Braide ao governo do estado enfrenta obstáculos que vão desde seu perfil pessoal e estilo de gestão até um cálculo político de alto risco que pode custar-lhe o poder que já detém.

Fontes próximas ao cenário político de São Luís apontam uma série de razões para a hesitação de Braide em alçar voo estadual. O blog de notícias Joerdson Rodrigues mergulhou nessas informações e detalha, a seguir, os sete nós que parecem amarrar o futuro político do prefeito.

1. O Estilo solitário: aversão a políticos e ao povo

O primeiro e talvez mais comentado obstáculo é o que se descreve como um distanciamento crônico. Braide não seria afeito ao corpo a corpo, às longas reuniões partidárias e às negociações de corredor, elementos essenciais na construção de uma candidatura majoritária em um estado com as dimensões e a complexidade do Maranhão. “Ele não gosta de gente, muito menos de políticos”, afirma uma fonte, resumindo a percepção de que o prefeito prefere a gestão técnica e solitária de seu gabinete ao barulho das massas e das alianças.

2. O núcleo familiar e a negação pública

A política, no entanto, não é feita apenas de aparências. Nos bastidores, comenta-se que as decisões mais importantes da prefeitura passam pelo crivo de um restrito núcleo familiar. Embora o prefeito negue publicamente qualquer tipo de interferência, no meio político é dado como certo que seus familiares mais próximos operam nas sombras, exercendo influência direta na administração. Essa dinâmica, velada e centralizadora, dificulta a construção de laços de confiança com outras lideranças.

Uma das manchas novas da vida público do prefeito foi o Clio do Milhão, carro que foi atribuido ao irmão do gestor, o médico Antônio Braide, mas um funcionário da prefeitura identificado como Carlos Augusto Diniz da Costa, apareceu dizendo ser dono do veículo. Por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, Braide disse que o carro era usado pelo irmão dele, o médico Antônio Carlos Salim Braide, com ‘quem não mantém nenhum tipo de relacionamento’, que a polícia deveria aprofundar as investigações e que, “em caso de qualquer irregularidade, puna os culpados, doa a quem doer”.

3. A falta de um grupo político sólido

Ninguém governa sozinho, e uma campanha para o governo do estado exige um exército de aliados. Este é um dos pontos mais frágeis para Braide. Atualmente, ele não possui um grupo político coeso, com partidos e lideranças capilarizadas pelo interior do estado. Sua força se concentra em São Luís, mas para conquistar o Maranhão é preciso ter prefeitos, deputados e diretórios partidários engajados em uma mesma causa, algo que o prefeito ainda não demonstrou ter.

Braide espera pela falência concreta do dinismo no estado para poder juntar os pedaças e abraçar os discidentes na expectativa de construir um grupo com essa base.

4. O conflito com a câmara de vereadores

A dificuldade de diálogo de Braide ficou evidente em seu primeiro mandato como prefeito. A relação com a Câmara Municipal de São Luís foi marcada por embates constantes, transformando potenciais aliados em adversários. Essa fama de “inimigo do legislativo” o precede e acende um alerta para partidos e políticos que vislumbrem uma futura composição: o Palácio dos Leões exige um governador com habilidade para negociar com a Assembleia Legislativa, e o histórico de Braide não é animador.

Braide ficou conhecido por sua falta de diálogo com o legislativo e peril centralizador sem espaço para novos protagonistas.

5. O teatro das tesouras: uma gestão centralizadora

A equipe de governo da Prefeitura de São Luís é descrita como um corpo de coadjuvantes em uma peça onde Eduardo Braide é, ao mesmo tempo, o diretor, o roteirista e o ator principal. Secretários municipais raramente ganham destaque ou autonomia, e as decisões são centralizadas na figura do prefeito. Este “teatro das tesouras”, onde ele inaugura e controla todas as ações, pode funcionar para a gestão de uma cidade, mas é um modelo que dificilmente se sustentaria em um governo de estado, que demanda delegação e confiança em uma equipe plural.

6. O cenário político dominado pelo grupo de Brandão

O atual governador, Carlos Brandão (PSB), comanda um grupo político que dificilmente abrirá mão de lançar um sucessor de seu próprio campo ideológico. Braide, posicionado no espectro da centro-direita, enfrentaria uma forte rejeição da cúpula governista, mais alinhada à esquerda. Qualquer flerte de Braide com o grupo de Brandão é visto mais como uma tentativa de causar ciúmes e se valorizar do que como um movimento político real, dada a incompatibilidade de projetos.

7. O “Rojão” da vice: o risco de deixar a prefeitura

Este é, talvez, o motivo mais grave e pragmático. Para concorrer ao governo, Braide precisaria renunciar à prefeitura, entregando o comando da capital nas mãos de sua vice, Esmênia Miranda. Acontece que, segundo fontes, Esmênia vive um verdadeiro “exílio” no cargo, sem espaço, voz ou protagonismo na atual gestão. Comenta-se, inclusive, que sua relação com o governador Carlos Brandão é mais próxima do que com o próprio prefeito.

Afastar-se do cargo significaria deixar a máquina pública mais poderosa do estado sob o controle de uma vice que não faz parte de seu círculo de confiança e que poderia, hipoteticamente, não “segurar o rojão” ou até mesmo alinhar-se a seus adversários. Perder o controle da prefeitura seria um risco altíssimo, que poderia deixar Braide “a ver navios”, sem o governo do estado e sem o comando da capital.

Diante deste cenário, a reeleição com mais de 70% dos votos em São Luís parece ser, paradoxalmente, o auge e o limite do projeto de poder de Eduardo Braide. Os sete nós que o atam à cadeira de prefeito são fortes demais para serem desfeitos sem um custo político que, ao que tudo indica, ele não está disposto a pagar.

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