Em mais um capítulo que levanta sérias suspeitas sobre a aplicação dos recursos públicos na saúde de Chapadinha, a gestão da prefeita Belezinha (PL) está no centro de uma nova polêmica. Enquanto a população enfrenta uma crise de desabastecimento de medicamentos e insumos básicos na rede municipal, a empresa Brasil Hosp Produtos Médicos e Hospitalares LTDA, com sede em São Luís, já recebeu mais de R$ 11 milhões dos cofres públicos.
A denúncia chega ao blog Joerdson Rodrigues pouco tempo após o escândalo envolvendo a Med Service, que abocanhou mais de R$ 27 milhões em contratos para serviços médicos. Agora, as atenções se voltam para o fornecimento de materiais essenciais, um serviço que, apesar de custar uma fortuna ao contribuinte, parece não chegar à ponta da linha: os pacientes que dependem do sistema público.
Em contato com o blog, moradores e usuários da rede de saúde que optaram pelo anonimato com medo de represálias e perseguição, pintam um cenário desolador no sistema de saúde de Chapadinha. A falta de itens básicos, desde medicamentos simples a insumos hospitalares, é uma constante nas unidades básicas de saúde, na farmácia básica e até mesmo no Hospital Municipal. “A gente chega com a receita na mão e a resposta é sempre a mesma: não tem. É uma humilhação, um descaso com a nossa saúde“, desabafou uma moradora que pediu para não ser identificada.
A contradição é gritante. De um lado, uma população desassistida. Do outro, uma empresa com cofres cheios graças a repasses milionários autorizados pela prefeitura. O volume de dinheiro pago à Brasil Hosp Produtos Médicos e Hospitalares levanta fortes indícios de favorecimento e abre margem para questionamentos sobre a lisura do processo, incluindo a suspeita de um possível esquema de desvio de recursos públicos através da venda de “notas frias”.
A situação se agrava ao analisar os valores transferidos anualmente para a empresa, que cresceram de forma exponencial ao longo da gestão de Belezinha.
Tabela de repasses por ano
Ano | Valor |
2025 | R$ 2.552.275,10 (dois milhões, quinhentos e cinquenta e dois mil, duzentos e setenta e cinco reais e dez centavos) |
2024 | R$ 5.137.119,61 (cinco milhões, cento e trinta e sete mil, cento e dezenove reais e sessenta e um centavos) |
2023 | R$ 2.508.071,69 (dois milhões, quinhentos e oito mil, setenta e um reais e sessenta e nove centavos) |
2022 | R$ 733.782,80 (setecentos e trinta e três mil, setecentos e oitenta e dois reais e oitenta centavos) |
2021 | R$ 77.127,03 (setenta e sete mil, cento e vinte e sete reais e três centavos) |
Total | R$ 11.008.376,23 (onze milhões, oito mil, trezentos e setenta e seis reais e vinte e três centavos) |
Outro ponto a se destacar nesses repasses se assemelha a outros já constatado pelo blog Joerdson Rodrigues em outras matérias: em 2024 ano que a prefeita buscou sua reeleição os repasses mais que dobraram em contraparação ao ano anterior. Esse Modus Operandi aponta para o forte uso da maquina pública atuando para a reeleição da prefeita Belezinha em detrimento dos seus adversários políticos que disputaram o pleito contra ela.
A pergunta que fica no ar e que ecoa entre os cidadãos de Chapadinha é: onde foram parar esses R$ 11 milhões? Se o dinheiro foi pago, por que os medicamentos e materiais não estão disponíveis para a população? A gestão da prefeita Belezinha deve explicações urgentes sobre mais este escândalo que sangra os cofres públicos e penaliza quem mais precisa.