O advogado previdenciarista Paulo Henrique, figura carimbada dos bastidores do poder luminense e queridinho dos irmãos Campos, volta a ser assunto polêmico. Conhecido por sua passagem conturbada no INSS — de onde saiu de forma repentina, em meio a rumores de investigações que poderiam manchar sua carreira — “PH”, como é tratado por aliados e adversários, parece não ter receio de atuar às claras em busca de voto, influência e dinheiro.
Documentos revelados por adversários políticos indicam que Paulo Henrique teria distribuído, durante as eleições passadas, fichas supostamente usadas para recrutar eleitores e “clientes”. Em destaque, o termo “corretor”, típico no jargão de esquemas de captação ilícita. O papel, timbrado em nome da Associação dos Pescadores do Maranhão (ASPEMA), ostentava a nobre missão de “defender e garantir acesso a benefícios aos pescadores artesanais”. Mas o endereço registrado levanta suspeitas: o mesmo da sede política e escritório particular de Paulo Henrique, campeão de votos em duas eleições seguidas.
Fontes da Prefeitura de Paço do Lumiar confirmam que Paulo Henrique hoje atua como gestor da iluminação pública na administração de Fred Campos, cargo que teria provocado ciúmes e depressão em outros vereadores relegados a papéis secundários. O favoritismo dado a “PH” — já apelidado de “príncipe do INSS” — estaria gerando clima de guerra fria dentro da Câmara.
Mas o estopim maior da crise política foi o episódio das “jujubas batizadas”, um caso abafado e tratado com silêncio constrangedor. Segundo relatos, o parlamentar teria levado ao encontro de vereadores um pote de guloseimas com supostos medicamentos usados no tratamento de sua depressão e ansiedade. O episódio, que poderia configurar crime, foi denunciado até por colegas de plenário, como a vereadora Ellen do Bigode, que em entrevista de rádio chegou a declarar que aguardava laudos de exames de sangue para comprovar o escândalo.
O caso, que permanece em segredo de justiça, teve como testemunha até mesmo um aspirante a deputado estadual presente na fatídica reunião. Desde então, o assunto é tratado nos corredores políticos como “o escândalo das jujubas”, símbolo de como poder, saúde e vício se entrelaçam perigosamente na vida pública luminense.
Com tantos episódios mal explicados e uma trajetória repleta de controvérsias, a pergunta que fica é: até quando o “príncipe do INSS” conseguirá sustentar a coroa diante de tantos fantasmas que rondam sua biografia política?