Prefeito de Balsas, Alan da Marissol

DENÚNCIA! Balsas recebeu R$ 45 milhões para saúde, mas falta raio-x, ambulância e atendimento humanizado

Uma grave denúncia vinda de Balsas expõe uma crise de gestão e prioridades na saúde municipal, mesmo após o município ter recebido uma quantia impressionante de recursos federais. A prefeitura, sob a gestão do Prefeito Alan da Marissol (PRD), é alvo de intensas críticas após o relato revoltante de uma moradora que viu sua mãe, uma paciente idosa e com a perna quebrada, ser negada de um exame básico de imagem devido à falta de uma máquina de Raio-X em funcionamento no Hospital Balsas Urgente (HBU).

A situação torna-se ainda mais inaceitável e incompreensível diante dos números: entre janeiro e a presente data, a saúde de Balsas recebeu R$ 45.321.260,43 (quarenta e cinco milhões trezentos e vinte e um mil duzentos e sessenta reais e quarenta e três centavos) destinados à Manutenção e Estruturação dos Serviços Públicos de Saúde. O dinheiro, ao que tudo indica, não tem se traduzido em qualidade de atendimento ou equipamentos essenciais.

A filha da paciente, Marta de Sá, gravou um depoimento para nossa equipe e escancarou a precariedade da situação. Sua mãe, que sofreu uma queda e apresentava fratura visível, precisava urgentemente de um Raio-X, mas o exame foi impedido.

“Chegando no hospital, foi me relatado que não teria raio-x porque a máquina estava quebrada,” desabafou Marta.

A indignação da cidadã reflete a de muitos, que não entendem como uma unidade de emergência pode operar sem um equipamento vital, ou sem um plano de contingência: “Perguntei ao médico como seria feito caso, porque um hospital de emergência, ele tem que ter uma máquina de raio-x. Eu acho que eu nunca vi um hospital de emergência não ter uma máquina reserva ou então não ter um convênio com alguma empresa.”

A falta de planejamento, e não de recursos, é o cerne da crítica. Mais de R$ 45 milhões deveriam ser mais do que suficientes para garantir o funcionamento da rede básica e de emergência, incluindo a manutenção ou substituição de um aparelho de Raio-X.

Além da falha estrutural, Marta de Sá denunciou o tratamento recebido por parte da equipe de enfermagem, contrastando com o bom atendimento de alguns outros profissionais:

“A minha mãe ficou lá, foi bem atendida por alguns enfermeiros, onde eu agradeço pelo atendimento. Alguns enfermeiros atenderam ela muito bem. Então, assim, porém, outros enfermeiros estavam fazendo graça da situação. Eles estavam fazendo graça das situações.”

Não faltou ataques nas redes sociais também, Marta já foi atacada em várias redes sociais, chegando até a receber mensagens privadas lhe criticando.

A denúncia da moradora vai além da falta de empatia e atinge o que parece ser um descaso com a dor alheia, chegando até a ataques nas redes sociais contra a denunciante.

“Não é porque uma pessoa tem fibromialgia, miopatia, que ela não possa fazer um raio-x, sendo que a olho nu estava vendo que a perna dela estava quebrada,” ela rebateu, citando a falta de sensibilidade de “pessoas sem noção” que fizeram comentários desnecessários sobre a condição de saúde pré-existente de sua mãe.

A busca por uma solução imediata levou Marta a cogitar levar sua mãe para fazer o exame em um hospital particular ou tentar o translado. No entanto, o socorro mais básico foi negado, novamente por falha administrativa.

“Solicitei que se poderia uma ambulância levar ela até o hospital para fazer o raio-x… Segundo as informações que foi-me passada, que não teria ambulância durante a noite, que a ambulância só funcionaria durante o dia,” relatou Marta, descrevendo a revolta de ver o veículo parado, mas inacessível, por questões burocráticas de horário.

A moradora reforça que a questão é de dignidade e respeito, e não de política, fazendo um apelo por mais humanidade e menos “recha política”:

“O que tá errado, tá errado e a gente tem que pôr a população em primeiro lugar, a população sempre em primeiro lugar… A questão é atendimento, acolhimento.”

Marta de Sá reconhece a reforma em curso no hospital como um “ponto positivo“, mas critica o barulho próximo às salas de internação e a falta de organização para isolar as áreas de obra. Ela finaliza seu depoimento cobrando atitude e responsabilidade dos superiores:

“Enfermeiro não é testa de ferro, se aconteceu alguma coisa, leve pro seu superior. O seu superior, o seu diretor, o seu enfermeiro, ó tá acontecendo isso, tá falta disso. Existe hierarquia em todos os lugares justamente por isso.”

O caso da moradora de Balsas é um duro golpe na credibilidade da gestão municipal. Com milhões em caixa, a população espera o mínimo: equipamentos que funcionem, atendimento digno e humanizado, e um plano de gestão que priorize a vida sobre a inércia administrativa.

A equipe de reportagem tentou contato com a Prefeitura de Balsas para obter um posicionamento sobre a denúncia, a falta do Raio-X e o tratamento da paciente, mas não obteve sucesso. A palavra final da denunciante, Marta de Sá, é um claro aviso aos que debocham da situação: “Só fale daquilo que você sabe… A responsabilidade sobre a minha pessoa é unicamente, exclusivamente minha.”

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