O município de Pinheiro está tendo o que muitos moradores locais apontam como o pior início de gestão de todosos tempos da maior cidade da Baixada, gastos exorbitantes em contratos emergenciais e dúvidas sobre a lisura administrativa. Desde que André da Ralpnet (Podemos) tomou posse como prefeito, sua administração tem sido alvo de críticas por falta de transparência e decisões que parecem desafiar a lógica e a lei. Apontada como a campanha mais cara da história da Princesinha da Baixada, que o levou ao poder, já dava sinais de que os cofres públicos seriam pressionados – e não demorou para isso se confirmar.
Logo em seu discurso de posse, na madrugada de 1º de janeiro, André surpreendeu ao declarar que os hospitais municipais estavam sendo abastecidos com medicamentos e insumos naquele exato momento. A afirmação levantou sobrancelhas: como isso seria possível sem licitação ou contratos formalizados? O que se viu depois foi uma sequência de ações que só aumentaram as suspeitas. Sete contratos foram firmados com a empresa sem processo licitatório, totalizando quase R$ 9 milhões de reais através de contatos emergenciais, enquanto a população ficou no escuro sobre os critérios de escolha da empresa e sua capacidade de atender às demandas.
- Gestão de André da Ralpnet em Pinheiro inicia com polêmica e obscuridade
- ESCÂNDALO! Empresa contratada por R$ 2,5 milhões sem licitação pela gestão de André da Ralpnet é suspeita de explorar trabalhadores e negar direitos trabalhistas
- Desgoverno e perseguição em Pinheiro: Gestão de André da Ralpnet demite trabalhadores por cobrarem salários atrasados, ouça os áudios!
Outro ponto que chama atenção é o atraso na divulgação do decreto de emergência administrativa e financeira (nº 007/2025). Assinado no dia 1º de janeiro, ele só foi tornado público no dia 13, deixando dúvidas sobre o que justificou tamanha demora. E mais: André anunciou o abastecimento da rede de saúde no ato da sua posse, mas investigações do blog revelaram que a fornecedora só teve seu contrato oficializado em 19 de fevereiro. Quem, então, forneceu os materiais entre 1º de janeiro e essa data? E como a empresa conseguiu esses contratos sem concorrência pública? As respostas, até agora, não vieram.
Acompanhe detalhes dos contratos
Abaixo, detalhamos os sete contratos firmados entre a Prefeitura de Pinheiro, via Secretaria Municipal de Saúde, e a empresa. Todos foram justificados pelo decreto de emergência e pela Lei Federal nº 14.133/21, mas a falta de transparência na seleção da empresa e os valores envolvidos levantam sérias questões.
Contrato | Objeto | Valor (R$) | Data de Publicação | Assinatura | Execução |
---|---|---|---|---|---|
01.02.009-1/2025 | Material Hospitalar | 2.797.592,88 | 19/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-2/2025 | Medicamentos Hospitalares | 2.147.743,10 | 21/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-3/2025 | Insumos Farmácia Básica | 223.144,30 | 25/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-4/2025 | Medicamentos Farmácia Básica | 907.884,90 | 25/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-5/2025 | Medicamentos Psicotrópicos | 388.091,43 | 27/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-7/2025 | Material de Laboratório | 454.085,20 | 27/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
01.02.009-6/2025 | Material Odontológico | 1.660.329,70 | 28/02/2025 | 17/02/2025 | 3 meses |
Total | R$ 8.578.871,51 |
Os valores impressionam: mais de R$ 8,5 milhões em contratos emergenciais, todos assinados no mesmo dia (17/02/2025) e com prazo de execução de trêsmeses. A empresa, escolhida sem licitação, será responsável por fornecer desde medicamentos básicos até materiais hospitalares e odontológicos. Mas como uma única empresa foi selecionada para tamanha diversidade de itens sem que sua capacidade técnica fosse publicamente avaliada? A população de Pinheiro merece essa resposta.
Enquanto a gestão de André da Ralpnet se envolve com o manto do silêncio e números milionários, o povo de Pinheiro segue sem clareza sobre o que está acontecendo com o dinheiro público. A promessa de uma saúde abastecida virou um enredo de mistérios, com contratos tardios, decretos escondidos e uma empresa que parece ter caído do céu. Se a transparência não vier à tona, o que resta é a desconfiança – e ela já ecoa alto nas ruas da Princesinha da Baixada. Fica o recado: em Pinheiro, o remédio para a saúde pública pode estar mais caro do que se imagina, mas a verdade não tem preço. E nós vamos continuar cobrando por ela!
Veja declaração do prefeito no ato de sua posse